Minha vida
rodava inteira nessa maldita sala de recebimento de exames, mas tanto faz, não
vai ser uma simples palavra que vai mudar a minha vida, eu estou decidida a
continuar vivendo como se eu não tivesse nada, como se meu organismo estivesse
saudável, prometi a mim mesma que não vou me rebaixar a uma doença, doença essa
que vai acabar com a minha vida em no máximo dois meses.
- Senhorita Serenity
Gordon ? – Ao ouvir esse terrível nome
que eu havia herdado da minha tataravó acordei de dentro dos meus pensamentos e
me dirigi a bancada gélida onde ela me aguardava
- Por Favor me chame de Ally – Como eu nunca
gostei do meu nome, então juntei o nome da minha mãe Amanda e da minha irmã
Kelly
- Tudo bem
flor, aqui está o resultado do seu exame, está liberada – A moça simpática
sorriu e me entregou um grande envelope, me retirei indo para casa/mansão.
Andei mais
ou menos uns 6 quarteirões e cheguei em casa, vazia como sempre, joguei o envelope
em qualquer lugar e fiquei pensando, será que eu realmente...
- ALLY! Você
já chegou, adivinha quem eu encontrei saindo da escola? – Kelly chega animada e
interrompe meus pensamentos
- Quem sua
vaca, me conta! o Ryan ? – Falei empurrando-a para o sofá
- Não,
esquece esse monstro, foi o Kaile, ele é muito fofo, tipo pra casar, já pensou
eu e ele casados e você cheia de sobrinhos? – Assim que ela terminou de falar
me bateu uma angustia.
- Se eu pelo
menos estivesse viva até lá – Dei ombros
- Não fale
besteiras Ally, você não vai morrer... Ah meu Deus o exame... Serenity Gordon
me diz que deu negativo – Ela falou como se fosse a irmã mais velha, haha
coitadinha , mas enfim eu a amo e não vou esconder nada dela
- Não sei
ainda não vi – Dei ombros, mania minha.
- Como não? Dê-me
ele aqui – Ela falou batendo os pés no chão
- Por favor,
diminua meu sofrimento maninha, não consegui abri – Falei cabisbaixa.
- É... – Os
olhos dela começaram a marejar, e a tremer.
- Positivo ? – Perguntei sem me importar muito
-
Si..Si..Siim – Ela falou muito triste e terminou de ler – Informamos que a
paciente Serenity Gordon, de 17 apresenta um quadro grave de tumor cerebral, e
possui cerca de 60 dias de vida, se ter uma vida saudável durante esse período
de tempo, caso contrario virá a óbito em um curto período de tempo – Kelly
terminou de ler aos prantos, e eu estava somente com os olhos marejados, isso me
fez lembrar de que não me apresentei, me desculpem, mas enfim, eu sou Serenity
Gordon, mas meu apelido é Ally, e vocês já sabem o motivo, tenho 17 anos, sou
filha da Amanda Gordon, empresaria de sucesso daqui de Los Angeles, sou órfã de
pai, mas graças a ele eu, minha mãe e minha irmã temos uma ótima vida hoje em
dia, bom vocês já devem ter percebido mas eu acabo de receber um exame
explicando minhas dores de cabeça insuportáveis frequentemente, é e o resultado
foi positivo, eu realmente tenho um tumor maligno no cérebro e só me restam 60 dias de vida, isso é se eu
ter uma vida saudável e blá blá blá.
- Eu não
estou ligando para isso – Dei ombros novamente e ela ficou furiosa.
- Não está ligando exatamente para que filha ? –
Minha mãe chegou ótimo, vou acabar logo com esse sofrimento.
- Mãe, o
exame da Ally... – Minha irmã murmurou baixo, mas minha mãe ouviu.
- Positivo. – Completei, e vi que mamãe estava
com lagrimas escorrendo a face.
- Quantos dias?
– Ela perguntou com a voz falha
- 60 – Falei
com a cabeça baixa – Mas não precisamos ficar tristes – puxei as duas para um
abraço e tentei acalmá-las, por incrível que pareça eu sou a mais tranquila em
toda essa situação – E além do mais, eu não vou ficar em casa com cara de
enterro.
- Como assim
dona Serenity Gordon? Oque a senhorita pretende fazer? – Minha mãe falou se
sentando no sofá eu apenas apontei para o piano ao canto da sala, é eu sou uma
adolescente americana que amo musica clássica.
- Mãe, é o
meu sonho, tocar na Broadway, e no West End– Teatro clássico de Londres que eu
amo.
- Como assim? Você quer ir para Londres? – Minha mãe falou
pegando o copo de água que Kelly nos trouxe.
- Sim e em
um dos teatros da Broadway, eu estou escrevendo musicas, vai mãe, eu vou morrer
mesmo... – Falei dando os ombros e todos ali presentes ficaram... Tristes!
- Filha... –
Olhei para ela com carinha de cachorro sem dono – Está bem, vou ligar para do Dr.
Joseph, para ver se você pode viajar amanhã mesmo – O Dr. Joseph era o medico
da família e ele é que me aconselhou a fazer os exames, pois eu tinha crises de
dor perto dele.
- Filha, o
doutor disse que sim – Pulei para abraça-la – Mas você terá que se comprometer
a todos os dias tomar um remédio que para evitar que sua cabeça comece a inchar
– Comecei a rir imaginado a cena
- Ally isso
é coisa seria – Kelly falou escorada na
parede que dividia a sala da cozinha americana
- Eu sei, e
mãe eu prometo bem prometidinho que eu vou tomar esse remédio, mais deixa, vai
mãe, é meu sonho, é tudo que eu quero – Falei sacudindo seus ombros.
- Tudo bem
Ally, você vai para Londres - Tudo que eu precisei ouvir, sai pela casa pulando
de alegria é meu sonho vai se realizar.